Resenha sobre o filme “1922”, adaptação da obra de Stephen King.

bia abreu
3 min readNov 11, 2020

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SPOILER ALERT! Se você ainda não assistiu filme, se prepara porque esse texto contém (muitos) spoilers! ⚠️

Adaptação do livro “Escuridão Total Sem Estrelas”, de Stephen King, “1922” relata a história do primeiro conto da obra e conta com distribuição da Netflix. A direção e o roteiro ficaram por conta de Zak Hilditch e não deixaram a desejar, assim como a atuação, que conseguiu transmitir de forma clara e verossímil a história do autor.

A trama se passa no ano de 1922 e trata sobre a vida de Arlette (Molly Parker), Wilfred (Thomas Jane) e Henry (Dylan Schmid), filho do casal. A família vive em uma fazenda herdada por Arlette, de seu pai.

Enquanto Wilfred e Henry são loucos pela fazenda, Arlette tem planos de vender a mesma e deixar a vida no campo para trás. No entanto, Wilfred repudia a ideia e não está disposto a largar a sua terra para morar na cidade com Arlette. Por isso, o marido bola um plano para assassinar sua esposa com ajuda de seu filho, o imaturo e juvenil, Henry.

Henry, depois de muito influenciado, se deixa corromper pelas ideias de Wilfred e participa do assassinato da mãe, ajudando depois seu pai a depositar o cadáver em um poço dentro da propriedade.

Após dias, ratos começam a comer a carne da defunta e se tornam presentes em diversos locais da fazenda, isso além de tomarem conta do psicológico de Wilfred, que no final da história já se encontra totalmente entregue a loucura e a culpa.

Os diálogos gerados na cabeça perturbada do fazendeiro — que passa a acreditar que os ratos e o espírito da sua falecida esposa estão lhe assombrando, demonstram ter sido abordados por Zak Hildtch com cautela e preocupação para que seguisse a mesma proposta apresentada na obra literária por King.

Após ler a notícia de que a Netflix adaptaria a história para uma versão cinematográfica, eu tive muito medo de que o diretor não retratasse o conto da forma que eu imaginei ao ler o livro mas, felizmente, fui surpreendida positivamente com a produção do filme.

A obra dispõe de uma narrativa direta e envolvente, que em muitas partes causa aflição e ansiedade para o desdobramento da trama, dentre tantas cenas de tensão.

O terror, que é a marca registrada de Stephen King, é apresentado em seus livros de forma diversa. Em “1922”, o terror que norteia a trama é muito mais psicológico.

O filme mostra as mudanças psicológicas que ocorrem na vida de Wilfred após matar sua esposa e como a culpa é capaz de acabar com a vida de uma pessoa. Apesar de não ter sido um sucesso de bilheteria, para quem leu o livro e para os fãs dos desdobramentos surpreendentes de King, “1922” é uma ótima obra para entreter e te fazer refletir. Fica a dica!

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bia abreu

escrevo para que não me engasgar com palavras não ditas.